Casa das estrelas + Projeto ~ Volte a ser criança com o Pandinando!
- Sérgio Boaventura
- Jun 10, 2014
- 5 min read
Ontem meus livros encomendados chegaram! Acho que eu nunca fiquei tão feliz assim, fazia um bom tempo que eu havia os comprado... bom, logo que chegaram eu fui logo pegando o Casa das estrelas (até porque eu estava lendo um outro livro e o Casa das estrelas é um livro um tanto diferente dos outros).
Acho que é um dos livros mais fofos que eu já tive na minha vida! É como se ele fosse um dicionário escrito por crianças, isso mesmo! Lá dentro existem várias definições de crianças de diferentes idades, é impressionante como tão pequenas elas já possuem uma percepção tão grande, não que elas sejam completas, mas eles conseguem pegar parte daquilo que se passa ao seu redor.
O autor do livro se chama Javier Naranjo, ele é um Colombiano que dava aula em um colégio chamado Rio Negro, em sua aula de criação literária, ele resolveu pedir para os alunos escreverem em seu caderno o que era uma criança para eles. Acabou se surpreendendo com as respostas e se encantou com algumas palavras de reflexão dos próprios alunos.
Então ele começou a apresentar mais palavras para que elas colocassem sua definição ou o que sentiam sobre elas. Ele transcrevia as frases que os alunos colocavam em seus cadernos e guardava todas elas como um tesouro. As enviou à Colcultura que era o Ministério da Cultura na época.
Das frases escritas ele corrigiu somente os erros ortográficos e algumas pontuações para que as frases realmente expressassem o que as crianças estavam sentindo no momento em que escreviam. Ele diz também que muitos acabam não valorizando e não escutando as crianças, por acharem que elas não possuem juízo, disciplica e nem conhecimento da língua. Ele acredita que a liberdade de associação, abandono de palavras e indiferença das regras gramaticais das crianças, faz com que os textos se tornem mais ricos. Isso tudo e um pouco mais ele conta em uma introdução curtinha do livro, suas palavras finais acabam sendo de grande reflexão.
As folhas são todas amareladas e há ilustrações em algumas páginas que tornam o livro ainda mais fofo. Existem todo tipo de frases, bonitas, engraçadas, poéticas, um tanto depressivas, tristes, filosóficas e assim vai...
É impressionante o modo como as crianças escrevem, você consegue sentir pela escrita deles os sentimentos que eles tinham naquele momento. É perceptível cada sentimento de alegria ou tristeza de cada um, algumas frases chegam até ser comoventes quando você percebe a opinião das crianças sobre aquilo. É possível distinguir quais crianças estavam sofrendo com o significado que aquela palavra tomava na vida real. É muito impressionante!
Todos nós já fomos crianças um dia (isso é óbvio), mas eu acredito que ao crescer nós não deveríamos perder aquele ar infantil de ver o mundo com outros olhos. Quando crescemos entramos em um mundo padronizado e cheio de regras as quais temos que seguir, sei que é difícil encarar a rotina de cada dia, mas aprender a valorizar as pequenas coisas e se divertir fazendo atividades simples não é muito difícil. Se nós mantivéssemos o olhar puro e singelo infantil, talvez o mundo pudesse ser um lugar melhor, afinal, crianças não fazem guerra por território, competições ou pelo capitalismo (a não ser que seja uma guerra com bexigas de água ou uma guerra de travesseiros).
Acho que seja muito importante ouvir as crianças, pois elas estão na fase na qual elas estão se desenvolvendo para se tornarem pessoas com críticas, opiniões e responsabilidades. Uma criança com um desenvolvimento feliz se torna uma pessoa contente psicologicamente no futuro e sem rancores guardados.
Uma brincadeira, um desenho, um gesto, o modo de pensar, imaginar; todas essas coisas são meios que as crianças encontram para se expressar, para descarregar todos os sentimentos confusos que nem elas compreendem. Devemos prestar atenção nisso tudo.
Eu mesma descobri muito de mim através de análises psicológicas reais de brincadeiras, histórias que eu escrevia e desenhos. É muito interessante como aparentemente sabemos de tão pouco, mas o nosso inconsciente é tão sábio!
Editora Foz
ISBN: 978-85-66023-08-4
Autor: Javier Naranjo
Volte a ser criança com o Pandinando!
Eu tive uma ideia para ativar a criatividade dos poucos lindos leitores do blog!
Bom, se vocês quiserem, me mandem definições da palavra "criança" ou outras que vocês quiserem clicando aqui! Você pode até abrir um dicionário em uma palavra que você não conheça e inventar uma nova definição! Se você quiser, peça para uma criança na sua família (primo, irmão, filho...) fazer as próprias definições de algumas palavras e envie para mim!
Use a imaginação, deixe as emoções fluírem, escreva com o coração e não com a mente! Pense no significado real que aquela palavra tem para você, no seu mundo! Dê definições conotativas e não denotativas!
Eu provavelmente vou pedir para alguns conhecidos fazerem isso também e assim que eu tiver um número significativo de frases/definições, eu postarei todas aqui no blog para compartilharmos com o mundo e até nos divertirmos! Pode ser uma experiência criativa, reflexiva e até engraçada em alguns casos!
Aqui vai a minha definição de criança, para inspirar (ou não) vocês:
Ser criança é possuir o mundo entre os dedos das mãos;
É não se importar em ser criticado ou avaliado;
Ser criança é viver entre mundos, usar a imaginação para fugir da realidade que nos cerca;
Ser criança é viver sem ter medo de errar, é fazer tudo com a certeza no coração de que aquilo é certo;
Ser criança é brincar sem se importar com as horas que passam;
Ser criança é amar e ser amado;
É aproveitar as pequenas coisas da vida e não se importar com as coisas materiais;
Ser criança é viver a vida como os adultos nunca imaginariam;
É não se importar com a aparência, é não possuir preconceitos;
Ser criança é ver o mundo com outros olhos;
É sentir a natureza e apreciar o que é belo;
Ser criança é viver a vida como ela realmente deveria ser vivida.
(Ayumi Teruya).
(Ok, eu sei que eu falei que era uma frase e isso está mais para um texto, mas eu não consegui me conter!).
Espero que vocês tenham gostado da ideia e participem! Chamem amigos e parentes para se divertirem com vocês, faça com que eles voltem a ser criança e enxerguem essas palavras assim como as crianças do livro fizeram. Enxerguem as palavras com o coração e não com os olhos! Tenham uma boa noite ou um bom dia (depende da hora em que você estiver lendo isso! Hehe).
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