Um dia em silêncio.
- Sérgio Boaventura
- May 14, 2016
- 2 min read

E se um dia tudo ficasse em silêncio?
As vozes, rumores, chiados e buzinas sumiriam em um buraco negro infinito de pura serenidade. Um vazio sem cor ou tamanho. O silêncio, ausência de voz... ou seria a ausência de alma?
Abri os olhos para algo novo.
Gestos maiores que palavras, dores maiores que ofensas. A vida em sua pura essência, sem interferências ou comentários acumulativos.
De início o silêncio brando e sem vida, falta de vida, proibição da voz, irritação; mas logo algo se colore. Uma onda de ver e desver, valorizar o que ainda há. Tocar, sentir, cheirar, abraçar...
Provar o mundo de forma que não conhecemos, provar do mundo em silêncio. Mexer, observar, provar... Para que som se há o tocar? Sentir o que realmente há.
O vento ao rosto, o farfalhar silencioso das folhas, feixes de luz por entre as árvores. O calor de um abraço, a felicidade de um sorriso, as rugas de gargalhadas e o molhar das lágrimas por entre risadas.
Então tudo volta lentamente, pode-se ouvir os sons da natureza. Apreciar o que um dia já fora a única trilha sonora: o som do vento, o pisar nas folhas e o bater de asas. Fechar os olhos e deitar na grama para ouvir o silêncio da humanidade, ouvir a paz escondida no caos.
Mas este dia já se acaba e tudo aquilo que havia antes volta como um baque, as vozes altas incessantes, buzinas ensurdecedoras e outras invenções do homem. Ao olhar para trás o silêncio parece acolhedor e a saudade lhe estende a mão para novas experiências.
Esse foi o textinho de maio do Projeto Escrita Criativa! Se você ainda não conhece o projeto clique aqui e para fazer parte clique aqui. Espero que vocês tenham gostado! Beijinhos.

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